segunda-feira, 10 de novembro de 2008
O OVO
Que inveja tenho eu, sem ser invejoso de não ser americano será que se fosse mulato tinha mais felicidade, uma angústia das grandes leva-me aos topos da mediocridade acelerada, as dores de cabeça, a fome de justiça, de ter um pouco de terra para amar, ou ser um camaleão de conveniência, que tristeza ser português, dizer no estrangeiro, sou português, sou bimbo, medíocre no meu País, não sou branco nem preto, nem azul sou português, que palavra, que mau som, que estrumeira de povo, porque não sou cego como o Andrea, nem tenho voz, porque não me deixam falar, o meu cérebro sim, esse bicho que me rói por dentro e me esporra pelos ouvidos, sem eu conseguir limpar ou ocultar, se eu odiar, mas com que ódio sou português medíocre sem esperança escravo branco preto de porco, verde porque estou mal do fígado, e azedo por dentro,tenho barbatanas em vez de pés, mas não posso nadar estou em portugal, um país seco, seco de ramelas, onde está o meteorito que vai fazer um buraco, o melhor é falar para as paredes ninguém me ouve, mas toda a gente fala cospe bota fogo pelas ventas, raspa-te ou estafermo, enforca-te na gravata do teu pai, camarão cozido sem barba, marreco das extremidades podes comer carne de porco não és judeu.
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